AVIÃO EMBRAER EMB-110P1B BANDEIRANTE (XC-95C) (FAB-2315) (GEEV/CTA) (ESQ/MORDART) (1988)
Data: 30 AGO 96
Hora: ?
Aeronave: Embraer XC-95B Bandeirante
Operador: FAB - Força Aérea Brasileira
Matrícula/Prefixo: FAB2315
Tripulação: Ocupantes: 2 / Fatalidades: 2
Passageiros: Ocupantes: 6 / Fatalidades: 6
Total: Ocupantes: 8 / Fatalidades: 8
Local do Acidente: Pico dos Três Estados - Serra da Mantiqueira - SP
Tipo de acidente: Colisão em Vôo com Obstáculo
Fase de Operação: em vôo
Natureza do Vôo: militar
Aeroporto de Partida: Base Aérea de São José dos Campos - CTA - SP
Aeroporto de Destino: Base Aérea de São José dos Campos - CTA - SP
HISTÓRICO
A aeronave decolou de São José dos Campos, com a finalidade de realizar um vôo de avaliação de alcance de um sistema de comunicação e identificação de CB´s (VHF), com duração prevista para 01h 20min. Durante o vôo, a aeronave sobrevoou o VOR de SBSJ e, ao atingir o nível 080, afastou-se na radial 065º, conforme o previsto na notificação do vôo. A aeronave fez o último contato via VHF com o controle São José às 12:50Z e nenhuma anormalidade foi reportada. Confirmado o desaparecimento da aeronave, foram iniciadas as buscas e os destroços foram localizados a oito mil pés de altitude, no pico dos três Estados, na Serra da Mantiqueira, no dia seguinte ao do acidente. A aeronave ficou completamente destruída e os ocupantes faleceram em decorrência do impacto.
ANÁLISE
Os pilotos da aeronave encontravam-se em condições físicas satisfatórias para a realização da missão. Com relação ao fator material, nenhuma anormalidade foi verificada nos altímetros do avião, e os motores não puderam ser resgatados para serem examinados. O perfil do vôo foi planejado pelo engenheiro responsável pelo desenvolvimento do equipamento de comunicação que seria testado. Previa todos os procedimentos normais de solo, no entanto, a carta WAC da área não foi consultada, o que daria condições de se verificar os pontos mais altos da região, aumentando, assim, o nível de alerta situacional da tripulação. A aeronave decolou de SBSJ para realizar o vôo em condições totalmente visuais. O planejamento previa que, caso as condições meteorológicas exigissem, o vôo deveria ser procedido no nível 100. No entanto, o tempo de vôo alocado para a missão fazia com que o ideal fosse sua realização no nível 080. As condições meteorológicas não eram satisfatórias ao vôo visual, existia uma camada espessa no nível 070. A falta de gravações dos dados de vôo da aeronave e de gravador de voz da cabine, aliadas à falta de testemunhas, comunicações dos pilotos com o órgão de controle e impossibilidade de resgate dos motores da aeronave, não permitiram uma análise mais precisa dos fatores envolvidos no acidente. No entanto, de acordo com os dados descritos anteriormente, tem-se a seguinte hipótese para a ocorrência do sinistro:
A aeronave decolou de SBSJ sem problemas, tendo atingido o FL 080 ainda na vertical do campo, em condições visuais, e afastou-se na radial 065º. As condições meteorológicas indicavam 8/8 de cobertura no FL 070, por toda a região. O vôo entre as radiais 060º e 070º, a partir do VOR SJC, implica no sobrevôo da Serra da Mantiqueira, com elevações que variam de 7.000ft a 9.500ft, desde 60NM até 100NM do VOR SJC. É possível que, ao chegar a 70NM de distância do VOR SJC, a cobertura de strato-cúmulos tenha ficado mais elevada, acima do nível 080. O impacto aconteceu a 75NM do VOR SJC, ou seja, a dois minutos do ponto de retorno (80NM).
Tal hipótese pode ter acontecido em decorrência do deficiente planejamento da missão, que não utilizou a carta WAC da área para plotar os pontos mais altos do terreno e, também, devido ao baixo nível de alerta situacional dos pilotos, que estavam envolvidos no cumprimento da missão, com relação aos testes do equipamento de comunicação, e não se aperceberam do perigo em entrar em condições de vôo por instrumentos naquela situação.
Este vôo partiu da Base Aérea de São José dos Campos - CTA interior de São Paulo por volta de 09:45hs da manhã. Esta aeronave estava lotada na DOP-Divisão de Operações -X-40 do CTA.
Fontes: Eduardo Ann / ASN
Nenhum comentário:
Postar um comentário